Produção Integrada

Gestão focada nas gerações futuras.

A estratégia de gestão focada nas gerações futuras e consequentemente no desenvolvimento de práticas sustentáveis resulta na produção integrada com que trabalhamos, particularmente ao nível da viticultura.

A produção integrada visa a preservação de recursos naturais, a minimização de efeitos secundários inconvenientes, a manutenção da estabilidade do ecossistema, o equilíbrio do ciclo de nutrientes reduzindo perdas, a preservação e melhoria da fertilidade intrínseca dos solos, o fomento da biodiversidade, a qualidade dos produtos agrícolas e a protecção integrada como estratégia adoptada na protecção de culturas como a vinha.

Nas vinhas da Herdade, práticas como a manutenção de coberturas vegetais vivas compostas por diversas espécies resulta não só num factor chave no combate da erosão como também na composição de matéria orgânica, na complementaridade ao nível do uso de recursos no solo e na criação de habitats para espécies polinizadoras ou que tenham um papel ao nível do bio-controlo de pragas e doenças.

A protecção integrada exige que a fertilização, a rega e as podas sejam igualmente praticadas com rigor e consciência ambiental segundo a legislação e regulamentação estipulada.

Além da viticultura praticada, a aposta num sistema agro-florestal capaz de estabilizar os solos e o micro-clima da herdade, capaz de regular os fluxos de água nas encostas da serra e de produzir sombreamento e alimento para o gado e habitats para espécies polinizadoras ou predadoras de pragas.

Um sistema produtivo diverso do qual se obtêm produtos anuais como pinhão, lande e madeira e produtos plurianuais como a cortiça. A cortiça representa um dos produtos chave do nosso sistema.

Um produto que viabilizando um sistema sumidouro de carbono permite que o mesmo desempenhe um papel essencial do ponto de vista ambiental nos balanços de carbono da floresta mediterrânica.

Um produto que representa ainda uma importante alavanca para a economia local e nacional. O ecosistema do montado é reconhecido por diversas ONG’s como um dos 35 hotspots do planeta em termos de biodiversidade e a nossa estratégia de gestão tem igual consciência.

Em paralelo, este sistema permite ainda o suporte de actividades ganadeiras como é o caso da produção extensiva de ovinos para carne e do caso particular do Porco Alentejano em que varas de porcos pastoreiam as pastagens dos montados sazonalmente. 

Estes animais que alimentando-se durante estes períodos essencialmente à base da lande produzida por estas extraordinárias árvores (Quercus suber) atingem as propriedades organolépticas exigidas pela certificação para que sejam comercializadas como uma das carnes de maior qualidade no mercado interno e internacional e permitindo assim a produção de produtos únicos como o presunto de Porco Alentejano.

É a integração de animais neste sistema diverso que estimula as mais variadas interações entre espécies vegetais e animais culminando num ecosistema sustentável em que a actividade agrícola, capaz de compreender as relações bióticas e abióticas existentes, é igualmente promotora de serviços ambientais dos quais a própria também beneficia.

Na Anta de Cima, acreditamos numa agricultura produtiva suportada pelo ecosistema e capaz de servir o mesmo.

As condições naturais e da Herdade são ainda promotoras de habitats para inúmeras espécies cinegéticas como a Perdiz-vermelha (Alectoris rufa), o Pombo-torcaz (Columba palumbus), o Pato-real (Anas platyrhynchos), a Galinhola (Socolpax rusticola), o Tordo-comum (Turdus philomelos), a Lebre-comum (Lepus europaeus), o Coelho-europeu (Oryctolagus cuniculus), a Raposa-vermelha (Vulpes vulpes) e o Javali-europeu (Sus scrofa) entre outros. Variadas espécies não cinegéticas como o Manguço (Herpestes ichneumon), a Gineta (Genetta genetta) e o Texugo-europeu (Meles meles) e a Águia-real (Aquila chrysaetos) são igualmente encontradas no ecosistema da herdade, beneficiando também dos sistemas agro-florestais como habitats para nidificar, fontes de alimento e zonas de reprodução.